ATA DA
SEPTUAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUINTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
NONA LEGISLATURA, EM 07.08.1987.
Aos sete dias
do mês de agosto do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na Sala
de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua
Septuagésima Sexta Sessão Ordinária da Quinta Sessão Legislativa Ordinária da
Nona Legislatura. Às nove horas e quarenta e cinco minutos foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Antonio
Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Auro Campani, Bernadete Vidal, Brochado
da Rocha, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico
Barbosa, Getúlio Brizolla, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Isaac
Ainhorn, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Kenny Braga, Lauro
Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nilton Comin, Paulo Satte, Rafael Santos, Raul
Casa, Teresinha Irigaray e Werner Becker. Constatada a existência de “quorum”,
o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou ao Ver. Hermes
Dutra que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, o Sr. Secretário
procedeu à leitura das Atas da Septuagésima Quarta Sessão Ordinária e da
Vigésima Terceira Sessão Solene e da Ata Declaratória da Septuagésima Quinta
Sessão Ordinária, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Ver.
Cleom Guatimozim, 01 Pedido de Providências, solicitando patrolagem e
ensaibramento das Ruas Juvenal Cruz e Jarbas Siqueira Pereira; pelo Ver. Flávio
Coulon, 01 Pedido de Resolução n° 21/87 (proc. n° 1603/87), que concede o
Prêmio de Teatro Qorpo Santo à Professora, Escritora e Teatróloga Olga Garcia
Reverbel; pelo Ver. Ignácio Neis, 12 Pedidos de Providências, solicitando
verificação e restauração da rede de água do Bairro Camaquã, especialmente no
ramal ou ramais instalados na Rua Landel de Moura, imediações do n° 2222;
fechamento do buraco localizado na Rua Landel de Moura, em segmento
imediatamente contíguo à casa de n° 2013; incremento dos horários de ônibus que
fazem o itinerário Belém Novo, Vila Nova, Cavalhada e Teresópolis; aplainamento
e cobertura asfáltica ou por paralelepípedo da Rua A, s/n°, Jardim Camaquã, e
instalação de placa denominativa desta Rua A, onde está localizada a Escola
Estadual de 1° Grau Incompleto Alceu Wamosi; atendimento ao Bairro Camaquã por
táxi-lotação Otto Niemeyer, nos dias de semana não considerados úteis;
colocação de lâmpadas em poste localizado em área contígua à Paróquia do Bairro
Camaquã; instalação de placa indicativa de estacionamento proibido na esquina
das Ruas Camaquã com Dr. Pereira Neto; restauração do esgoto cloacal no
percurso da Rua Pereira Neto; restauração do esgoto cloacal ao longo do
percurso da Rua Delfina da Cunha; patrolamento e ensaibramento da Rua Vitor
Silva, no trecho compreendido entre as Ruas Padre João Batista Reus e Dr. Mário
Totta; patrolamento e ensaibramento do trecho da Rua Professor Joaquim Louzada,
compreendido entre as Ruas Dr. Pereira Neto e Landel de Moura; calçamento da
Rua Alarico Ribeiro; pelo Ver. Isaac Ainhorn, 01 Pedido de Lei Complementar n°
64/87 (proc. n° 1661/87), que acrescenta parágrafo ao artigo 1° da Lei
Complementar n° 72, de 06 de janeiro de 1982; pelo Ver. Nilton Comin, 02
Pedidos de Providências, solicitando troca de lâmpadas na Rua Podalírio João da
Rocha, em frente ao prédio n° 185; que seja estudada a possibilidade do
recolhimento do lixo da Av. Assis Brasil, imediações do n° 7502. Após, foi
deferido pelo Sr. Presidente Requerimento de autoria do Ver. Adão Eliseu,
solicitando que o Substitutivo ao Projeto de Lei do Legislativo n° 90/86 seja
retirado da Ordem do Dia nos termos do art. 44 da Lei Orgânica Municipal. A
seguir, foi aprovado Requerimento oral, da Presidência, solicitando a inversão
da ordem dos trabalhos, passando-se ao período de PAUTA. Em Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, Projeto de Resolução n° 16/87; Projetos de
Lei do Legislativo nos 51; 52; 57; 58/87; Projetos de Lei do
Executivo nos 43; 44/87; em 2ª Sessão, Projetos de Lei do
Legislativo nos 29; 41/87, discutido pelos Vereadores Hermes Dutra e
Flávio Coulon; 46; 47/87; Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 06/87;
Projetos de lei do Executivo nos 38, 39/87; Projeto de Resolução n°
17/87; em 3ª Sessão, Projeto de Lei do Legislativo n° 39/87, discutido pelo
Ver. Flávio Coulon; Projeto de Resolução nos 14; 15/87; Projetos de
Lei do Legislativo nos 145/85; 45/87; Projeto de Lei do Executivo n°
36/87; em 5ª Sessão, Projeto de Emenda à Lei Orgânica n° 62/87, discutido pelo
Ver. Isaac Ainhorn. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Nilton Comin falou sobre o
descaso das autoridades responsáveis frente aos enlatados vendidos à população
com os recipientes amassados, o que pode acarretar graves problemas de saúde.
Salientou o elevado número de conservantes encontrados nestes produtos e a
necessidade de uma maior fiscalização para a questão. Discorreu sobre projeto
de sua autoria, aprovado pela casa, acerca das zoonoses, destacando o grande
número de insetos e outros animais nocivos à saúde encontrados em Porto Alegre.
Em EXPLICAÇÕES PESSOAIS, o Ver. Cleom Guatimozim teceu comentários acerca do
pedido de demissão feito ontem pelo Ministro do Interior, atentando para a
instabilidade e as constantes mudanças observadas dentro do Governo Federal.
Declarou ter poucas expectativas na nova Constituição Brasileira, por ela se
encontrar sendo realizada sob pressões de grupos financeiros minoritários.
Teceu considerações sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano aprovado
por este Legislativo, lamentando a forma como o assunto foi tratado por alguns
Vereadores e analisando as Emendas que foram opostas ao Plano quando de sua
aprovação pela Casa. O Ver. Flávio Coulon discorreu sobre as dificuldades
encontradas no exercício de liderança de sua Bancada, destacando os problemas administrativos
resultantes de seu cargo e que não contribuem mas, isso sim, prejudicam o
exercício de seu mandato de Vereador. Atentou para a necessidade de que a
estrutura administrativa da Casa não seja baseada meramente em decisões de
ordem política. Falou sobre notícia divulgada pela imprensa, de um possível
rompimento do acordo firmado entre o PMDB e o PDT quanto à Presidência desta
Câmara. O Ver. Hermes Dutra comentou o alto nível de violência sentido no País,
destacando não ser a miséria o primeiro motivo da mesma, tendo em vista que a
classe mais pobre não é o principal elemento de elevação deste índice e
analisando a forma como transcorrem no Brasil, diferenciadamente, os processos
punitivos que, muitas vezes, pela impunidade, incentivam a realização de novos
crimes. O Ver. Isaac Ainhorn discorreu acerca da liberação para venda de leite
contaminado por radioatividade em face de acidente ocorrido na Usina de
Chernobyl da União Soviética. Lamentou que tenha sido permitido o comércio
deste produto, salientando o perigo que pode acarretar à população. O Ver.
Frederico Barbosa teceu comentários sobre a instalação de quebra-molas na Av.
Beira-Rio. Disse ter encaminhado idéia ao Pref. Alceu Collares a ao Detran, de
modificações na sinalização do local, lendo e analisando resposta do Diretor do
Detran sobre o assunto. Ainda em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Antonio Hohlfeldt
falou sobre o atentado sofrido na manhã do dia cinco do corrente, pela
Professora Lires Marques, integrante da frente gaúcha pela garantia do direito
de morar e a tentativa de seqüestro dos Senhores Gilberto Ribeiro e Fernando
Hélio de Mello, também integrantes deste movimento, comentando os vários
incidentes ocorridos em nosso Estado e em todo o Brasil, contra participantes
de lutas de cunho esquerdistas, criticando o trabalho das Brigadas e Polícias
Militares, que têm se mostrado pouco operantes e ineficazes no esclarecimento
destas questões. Analisou os rumos que vêm tomando a Nova República no
tratamento de assuntos básicos da população brasileira. A seguir, constatada a
existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e
Votação esteve o Projeto de Lei do Executivo n° 63/86 que, a Requerimento do
Ver. Cleom Guatimozim, aprovado e encaminhado à votação pelos Vereadores Jorge
Goularte, Frederico Barbosa, Cleom Guatimozim Hermes Dutra e Flávio Coulon,
teve adiada sua discussão e votação por duas sessões. Em Discussão Geral e
Votação foi aprovado o Projeto de Resolução n° 10/87, encaminhado à votação
pelo Ver. Frederico Barbosa. Ainda foram aprovados os seguintes Requerimentos:
do Ver. Aranha Filho, solicitando a realização de uma Sessão Solene no dia
vinte e cinco do corrente, às dezesseis horas, para homenagear a Sociedade
Ginástica Porto Alegre, SOGIPA, pela passagem do seu 120° aniversário; do Ver.
Ennio Terra, de Voto de Congratulações com a Associação Esportiva e Recreativa
dos Vigilantes Municipais de Porto Alegre, pelo transcurso do aniversário de
sua fundação; do Ver. Isaac Ainhorn, de Voto de Congratulações com o Sindicato
das Empresas de Transporte de Carga do Estado do Rio Grande do Sul, pelo seu
aniversário de fundação; da Verª Jussara Cony, como Presidente da Comissão de
Saúde e Meio Ambiente da Casa, solicitando que, em face ao grave fato de terem
sido liberados para comercialização leite e derivados contaminados com
radioatividade do acidente nuclear de Chernobyl, sejam aprovados os seguintes
encaminhamentos: 1- o protesto veemente deste Poder Legislativo ao Governo
Federal pela importação e liberação destes produtos, 2- que o Governo Federal
suspenda toda e qualquer importação e retire do mercado os referidos produtos,
3- o encaminhamento ao Exmo. Sr. Prefeito Municipal e ao Exmo. Sr. Governador
do Estado da solicitação de retirada do mercado, na Cidade de Porto Alegre e no
Estado do Rio Grande do Sul dos referidos produtos, 4- que este Requerimento
seja enviado a todas as Assembléias Legislativas dos Estados, aos Governos
Estaduais, às Câmaras Municipais e Prefeituras de capitais, no sentido de
desencadear igual ação política em todo o País, 5- que seja, também, enviado ao
Exmo. Sr. Presidente da República e aos Ministérios da Saúde, da Indústria e
Comércio e das Relações Exteriores, com a solicitação de que o Governo assuma
uma postura que resgate a saúde como um direito de cidadania e um dever do
Estado, através de uma política que vise a assegurar este bem social à maioria
da população, como sempre, desprotegida, em função de favorecimentos comerciais
a minorias detentoras do poder econômico. Ainda, foram apregoados o Projeto de
Lei do Executivo n° 47/87 (proc. nº 1712/87), que autoriza a doação de imóvel
que desafeta da destinação original para construção de escola e o Requerimento
do Ver. Paulo Sant’Ana, solicitando que sejam devolvidos ao Sr. Prefeito Municipal
os Vetos apostos às Emendas do Projeto do Plano Diretor, que estão sendo
enviados a este Legislativo, em razão de ferirem a Lei Complementar n° 43, de
21 de julho de 1979, no seu art. 14, parágrafo único, combinado com os itens II
e III, e a Lei n° 3607, de 27 de dezembro de 1971, no seu art. 1°, parágrafo
2°. Na ocasião, o Sr. Presidente respondeu Questão de Ordem do Ver. Isaac
Ainhorn, acerca do Requerimento do Ver. Paulo Sant’Ana, acima referido. Ainda,
foi ouvida solicitação do Ver. Isaac Ainhorn, de que o Requerimento do Ver.
Paulo Sant’Ana, acima referido, fosse encaminhado à Comissão de Justiça e
Redação, em face do que o Presidente informou que esse encaminhamento seria
feito. Ainda, durante a Sessão, o Sr. Presidente informou da realização, dia treze
do corrente, às dezesseis horas e trinta minutos, de Sessão Especial onde irá
comparecer a Sra. Secretária Municipal de Educação e Cultura. Nada mais havendo
a tratar, o Sr. Presidente levantou os
trabalhos às doze horas, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha, Gladis Mantelli e Frederico
Barbosa e secretariados pelos Vereadores Gladis Mantelli, Frederico Barbosa e
Jaques Machado. Do que eu, Gladis Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse
lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Sr.
Presidente e por mim.
O SR. PRESIDENTE (Frederico
Barbosa): Colocamos
em votação Requerimento desta Presidência, solicitando a inversão da ordem dos
trabalhos, passando-se ao período de Pauta.
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos, então, à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR.
1ª SESSÃO
PROC. 1381 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 016/87, do Ver. Kenny Braga, que
concede o prêmio literário “Érico Veríssimo” ao poeta rio-grandense Luiz de
Miranda.
PROC. 1417 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 051/87, do Ver. Antonio Hohlfeldt,
que denomina Praça Dante Barone um logradouro público.
PROC. 1453 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 052/87, do Ver. Flávio Coulon, que
denomina Rua Bruno Kiefer uma via pública.
PROC. 1494 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 057/87, do Ver. Hermes Dutra, que
denomina Praça Tristão Sucupira Viana um logradouro público.
PROC. 1497 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 043/87, que denomina Rua Santa
Paula um logradouro público.
PROC. 1498 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 044/87, que autoriza o Município a
alienar áreas de sua propriedade a Milton Costa Vitola, Fritz Sandhas e outros
e condomínio do Edifício do Parque e dá outras providências.
PROC. 1525 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 058/87, do Ver. Aranha Filho, que
denomina Rua Carlos A. Ilha de Macedo um logradouro público.
2ª SESSÃO
PROC. 1073 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 029/87, do Ver. Werner Becker, que
dispõe sobre a renúncia à prescrição.
PROC. 1261 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 041/87, do Ver. Werner Becker, que
altera a Lei n° 5.891/87, que estabelece metodologia de cálculo de tarifas no
serviço de transporte coletivo por ônibus em Porto Alegre.
PROC. 1292 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO N° 006/87, do Ver. Caio Lustosa, que altera o parágrafo 1° do artigo 233 da Lei
Complementar n° 32, de 07 de janeiro de 1977, que fixa normas para elaboração e
execução de instalações prediais de água e esgoto e dá outras providências.
PROC. 1358 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 046/87, do Ver. Jaques Machado,
que denomina Rua Jacy Kroeff Milanez uma via pública.
PROC. 1366 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 047/87, do Ver. Adão Eliseu, que
institui placa indicativa alusiva ao nascimento de grandes vultos da história
de Porto Alegre.
PROC. 1402 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 038/87, que autoriza o Executivo
Municipal a aplicar recursos de operação de crédito e dá outras providências.
PROC. 1403 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 039/87, que declara de utilidade
pública a Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira - SAMBRÁS - RS.
PROC. 1387 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 017/87, do Ver. Lauro Hagemann,
que concede o título honorífico de Cidadã Emérita à Senhora Julieta Batistioli.
3ª SESSÃO
PROC. 1244 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 039/87, do Ver. Luiz Braz, que
institui o “ônibus-operário” no sistema de transporte coletivo do Município e
dá outras providências.
PROC. 1262 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 014/87, da Mesa, que disciplina o
pagamento de diárias a vereadores e funcionários da Câmara Municipal de Porto
Alegre.
PROC. 1338 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 015/87, do Ver. Hermes Dutra, que
concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao conjunto musical “Os
Araganos”.
PROC. 2740/85 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N°
145/85, do
Ver. Valdir Fraga, que denomina Rua Antônio da Silva uma via pública.
PROC. 1382 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 036/87, que declara de utilidade
pública o Lar da Amizade.
PROC. 1355 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 045/87, do Ver. Hermes Dutra, que
declara de utilidade pública a União dos Escoteiros do Brasil, Região do Rio
Grande do Sul.
5ª SESSÃO
PROC. 1266 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA N°
062/87, do
Ver. Flávio Coulon, que dispõe sobre o recesso das funções legislativas e dá
outras providências.
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Jorge
Goularte. Desiste. Com a palavra, o Ver. Hermes Dutra, por transposição de
tempo com o Ver. Flávio Coulon.
O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, ontem, lamentavelmente, não tive a oportunidade, apesar de me
inscrever para tal, de falar sobre um Projeto de autoria do nobre Ver. Werner
Becker, que regula a questão das tarifas quanto à fixação de seus preços. Como
sou homem de posições, antecipadamente já deixo duas delas. Uma delas custou-me
decidir, mas a faço para que fique registrado nos Anais. Em primeiro lugar,
falo em nome pessoal, não em nome de minha Bancada. Na ocasião de votação deste
Projeto, obviamente votarei contra, mantendo uma coerência assumida desde a
posse de meu mandato nesta Casa, que é de ser contra a fixação, por esta
Câmara, de aumento de tarifas de ônibus. A segunda posição, a que me custou
decidir, porque não encontra abrigo em minha consciência, mas a farei, é de
que, se for aprovada a volta de fixação de tarifas pela Câmara, este Vereador -
já digo antecipadamente para que todos tomem conhecimento - apresentará uma emenda
reduzindo a então atual tarifa para 50% de seu custo. Então, a tarifa será de
Cz$ 3,00. Vou mimeografar essa minha emenda e distribuí-la nos terminais de
ônibus, porque já cansei do fato de que meia dúzia de Vereadores desta Casa
sempre fiquem por bonzinhos. Eu não quero passar por vilão, nem marginal,
porque tenho uma atitude responsável no trato da questão.
Então, quero comunicar oficialmente que no primeiro aumento de tarifa,
este Vereador apresentará emenda, reduzindo-a, não é pela metade, é para Cz$ 2,00,
que é o preço que acho justo, que o trabalhador pode pagar. Se as empresas não
puderem operar o sistema, eu não quero nem saber. Agora, vou querer dar a minha
faturada lá nos terminais de ônibus, e com os folhetinhos que sairei a
distribuir pelas ruas, porque esta Casa sempre trata e tratou
irresponsavelmente o problema das tarifas. E eu não darei mais munição para que
alguns irresponsáveis venham faturar em cima de mim. Então, se é para faturar
votos, este Vereador ingressa, a partir de hoje, ingressa no bloco dos
faturadores.
Me dói na consciência fazer isto, mas, tarifa de ônibus, com o meu
voto, tem que ser Cz$ 2,00, porque Cz$ 6,50 é muito caro, o povo não pode
pagar, vamos passar para Cz$ 2,00. E vou distribuir folhetos nas vilas, nos
bairros, nos terminais de ônibus, apresentarei emenda e, obviamente, aprovarão
ou não. Mas levarei a público que a Câmara não aprovou a minha emenda de Cz$
2,00.
O Sr. Clóvis Brum: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Também estou pensando mais ou menos assim, só que
pretendo apresentar uma emenda com um preço mais barato ainda, e pretendo
colocar os nomes dos Vereadores que votarem contra a minha emenda para
distribuir no Centro da Cidade, fazendo aquela demagogia mais safada, mais
inconseqüente, que mostra o grau de despreparo de alguns integrantes desta
Casa. Safados, sim, porque não trataram com seriedade o problema das tarifas,
sempre fizeram críticas da pior categoria, da pior qualidade em cima desse
assunto. Portanto, se as tarifas voltarem para cá, esses safados vão ser
fichinhas perto do que se pode fazer. Realmente, eles deram espetáculos dos
mais deprimentes aqui na Casa e, agora, não vai ocorrer isto. Acho que a
solução é continuar tratando a coisa séria. Se baixarmos ao nível desses oportunistas,
carreiristas profissionalizantes e profissionalizados, vamos ter problemas
sérios com a nossa própria consciência. Eu voto contra esse negócio de tarifa,
porque um grupo de Vereadores desta Casa não teve a dignidade, a grandeza e
responsabilidade de tratar com seriedade este assunto que é muito sério.
O SR. HERMES DUTRA: Eu me recordo quando
participava da Comissão de Defesa do Consumidor e se resolveu fazer um estudo
sobre a tarifa. Então o PT indicou técnico, o PDT e o PMDB também indicaram
técnico. Pois pasmem V.Exas., os cálculos dessa equipe técnica coincidiram com
o do Executivo. Aí disseram que de público não podiam dizer isto, porque se não
“vão dizer que o Dib tem razão”. Aí baixaram. Perdi de 4 a 1, Vereador. Esta é
a forma de como se trata tarifa na Casa. Então, eu cansei. Não faço mais. Meu
apoio para ajudar a que o transporte coletivo de Porto Alegre seja viável em
termos de tarifa cessa a partir de agora. Se a questão é para ser tratada
eleitoralmente, então vamos tratá-la eleitoralmente. Tem Vereadores nesta Casa
que até hoje não votaram nem um aumento de tarifa. Será possível que em quatro
anos não se aceite que as tarifas tenham que aumentar? Então, por essas
questões tristes, lamentáveis e, aliás, é o que está acontecendo na Assembléia
Nacional Constituinte, para fazer um paralelo, Sr. Presidente, nós temos que
ter a coragem de decidir as coisas por consenso, onde todos assumam a
responsabilidade, onde ninguém queira faturar em cima dos outros. Cada um cede
um pouco e se chega a uma conclusão. Que bom se fosse assim, que chegasse a
tarifa, nesta Casa, houvesse um amplo debate e a Casa, unanimemente, chegasse a
uma conclusão. Que todos os Vereadores assumissem o ônus, num consenso. Mas,
lamentavelmente, nós sabemos que isto não acontece. Então, por estas e outras é
que votarei contra o Projeto do nobre Ver. Werner Becker. Antecipadamente,
quero dizer que V. Exa. tem uma boa intenção, ele tem os seus motivos, suas
razões que eu respeito, como sempre respeitei as decisões desta Casa. E, se for
aprovado, eu respeitarei a decisão da Casa. Agora, já antecipo a ação que farei
no primeiro aumento. E que glória, Ver. Flávio Coulon, serei carregado,
certamente, nos braços do povo como o Vereador que quer dar o aumento mais
baixo. Vou até sem megafone e acho que serei bem recebido pela população.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu formulo a V. Exa. uma questão, até, de ordem
técnica legal e se processualmente ela pode não ter procedência, mas
eticamente... Veja V. Exa., esta Casa, neste ano, votou por uma maioria
altamente expressiva: dois terços votaram pela devolução, a metade do outro
terço era a favor, mas não quis dar a cara, porque eles acham que a política é
aquela arte da habilidade. Este tempo já mudou, nós temos que enfrentar as
coisas de frente, porque a população quer saber das coisas às claras. Então,
recolocar este assunto em debate quer dizer ficar numa posição de bom moço
perante os outros dizendo que é contra, sistematicamente, a tudo, dizendo que
tem que vir para cá e tal, quando se conhece a política do Governo que está aí,
esta triste política que está infelicitando a Nação. E, hoje, esta piada do
abono com o aumento da tarifa, é brincadeira. Isso, sim, é brincadeira.
O SR. HERMES DUTRA: Sou grato a V. Exa. Ao
encerrar, eu achei importante fazer esse posicionamento nesta Pauta, porque o
Projeto vai tramitar nas Comissões e para que ninguém me cobre depois a título
de coerência e de responsabilidade que, lamentavelmente, não encontram eco. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha): Com
a palavra o Ver. Flávio Coulon. V. Exa. tem dez minutos.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, em continuidade ao assunto sobre transporte coletivo, que iniciou
bastante acalentado neste início de manhã, trago aqui o meu pronunciamento
frente ao Projeto de Lei do Legislativo n° 039/87, do Ver. Luiz Braz, que
institui o ônibus-operário no sistema de transporte coletivo do Município e dá
outras providências.
Antes de entrar na matéria que pretendo expor, é preciso que se tenha
em mente que a exploração da indústria dos transportes, em nosso sistema
jurídico, é atividade do Poder Público. Esta regra, mandamental para todo o
País, está na Constituição, art. 8°, letra “d”. Este princípio é obrigatório,
inclusive, quanto à legislação do Município.
Assim, não podemos, a título de “peculiar interesse”, ou “organizar os
serviços públicos locais”, continuar mantendo os serviços de transporte
coletivo com esse tratamento de atividade de iniciativa privada - porque ele
não tem essa natureza.
O serviço de transporte coletivo, operando “em linhas”, é serviço
necessariamente público, em Porto Alegre. Esse serviço está, digamos,
“confiado” a algumas pessoas que o exploram há longos anos, sem qualquer
comprometimento financeiro próprio, exploram uma atividade lucrativa, sem
qualquer risco, numa relação confortável, que os juristas chamam de “permissão
em caráter precário”, isto é, atividade obtida por mercê do Poder Público.
Acontece que essa “permissão”, muito embora, em tese, facilite ao
Município a retomada dos serviços a qualquer tempo, sem que caiba ao
permissionário qualquer indenização quanto ao material necessário à atividade,
na prática tem servido para perpetuar as pessoas, numa relação de privilégio.
É hora, assim, desta Câmara pensar seriamente em reorganizar os
serviços de transporte coletivo, no sentido de democratizar a sua prestação: ou
retoma os serviços para operá-los diretamente, sem os ônus do chamado “lucro do
capital”, ou faz concorrência pública chamando a exercê-los empresários que,
realmente, tenham capacidade e interesse em prestar um bom serviço com margem
de lucro razoável compatível com o privilégio de obter a exploração de um
negócio em que o “risco” está absolutamente ausente. Esta característica do
serviço compensa a margem de menor lucro.
Estamos convencidos de que a melhor solução, sem dúvida, é entregar a
atividade a empresários efetivamente sérios, competentes, honestos, e que não
demonstrem ganância. Estas qualidades podem ser auferidas num processo
licitatório, tornando democrática a participação ou a associação de
particulares com a realização de serviços públicos.
A concessão, por ser relação de contrato, é o melhor instrumento para a
realização de serviços públicos. Ela tem prazo certo, o Poder Público tem
condições de projetar uma tarifa mais real porque, antecipadamente, podemos
saber o “quantum” tem que ser resgatado no prazo.
A permissão, ao contrário, não permite uma projeção de custos concreta,
real. Assim, a tarifa sempre vem acompanhada de variáveis, por médias, que a
oneram em demasia. Nesse sistema de permissão, todos os “empresários” são
enfeixados e as linhas são englobadas num cálculo de “média”.
Ora, o serviço é bom ou ruim, “de per si”. Cada prestador tem
tratamento próprio. Os bons podem continuar; os maus, os deficientes, os
incapazes, devem sair. Esta análise somente a concessão pode permitir, porque
individualiza a relação.
Devemos, pois, extinguir essas inomináveis “permissões”, e tratar esse
rendoso negócio, que são os serviços de transporte coletivo, com mais
profissionalismo, como se pode obter num regime de concessões.
Dentro dessa visão filosófica é que venho a esta tribuna oferecer meu
integral apoio ao Projeto do Ver. Luiz Braz que institui o “ônibus operário”,
porque vejo nele a oportunidade de se iniciar um processo de oxigenação do
sistema, não só tornando real o valor da tarifa como porque, se encarado
seriamente, poderá ser o instrumento de alavancagem de uma profunda
reorganização da administração do serviço de transportes coletivos de Porto
Alegre.
Este Projeto deverá ser obrigatoriamente iniciado com a efetiva
implantação de serviços de transporte em regime de concessão, com prazo certo,
com investimento de capital privado real, com reversão da frota para o
Município ao final do contrato e assim por diante.
Se realmente existir na Administração Pública do Município algum
interesse sério em tratar seriamente o problema de transporte nesta Cidade, a
oportunidade lhe está sendo oferecida, nesse momento, pelo Projeto do Vereador
Luiz Braz, que servirá como marco para o estabelecimento do compromisso de se
acabar paulatinamente com esse malfadado e permissivo regime de permissão e de
se iniciar a retomada gradativa do regime de concessão nos transportes
coletivos de nossa Cidade.
Era este, senhores, o pronunciamento que gostaria de registrar nos
Anais desta Casa a respeito do transporte coletivo. Gostaria também, ao me
referir ao pronunciamento do Ver. Hermes Dutra, de dizer que, pelo menos em
relação ao discurso deste Vereador, ele se manterá com toda a sua coerência.
Subimos à tribuna para criticar a alienação da soberania do Vereador em
discutir e definir tarifas para o transporte coletivo. De lá para cá, não mudou
absolutamente nada, de modo que, ao se discutir o Projeto do Ver. Werner
Becker, nesta Casa, continuarão de pé todas as palavras ditas desta tribuna.
Nós votaremos, sem dúvida nenhuma, a favor do Projeto do Vereador Werner
Becker, pela mesma razão que votamos contra, naquele momento em que alienamos
gratuitamente e sem nenhuma razão parte da soberania e do poder do nosso
mandato. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. Isaac Ainhorn, dez
minutos com V. Exa.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, este assunto, diríamos em Direito, “interna corporis”, porque diz
respeito à Casa, mas também diz respeito a toda a comunidade, diz respeito à
população, diz respeito à Cidade e a todas as demais cidades brasileiras. Infelizmente,
não notamos nenhuma preocupação da Constituinte em abordar este tema. Trata-se
do problema do recesso parlamentar. Favoráveis ou contrários ao Projeto que ora
tramita nesta Casa, em 5ª Sessão, porquanto Emenda à Lei Orgânica do Município,
este assunto deve ser enfrentado de frente e amplamente debatido aqui nesta
Casa. Infelizmente, embora cinco Sessões sejam destinadas ao debate de um
projeto desta natureza, a nossa crítica é que este assunto não foi debatido na
amplitude que mereceria este debate de um tema da seriedade do alcance do
presente Projeto de Lei. E depois se acusa que esta Casa não debate e não
discute os projetos que tramitam nela. Eu, sinceramente, acho que o recesso
parlamentar, na forma como está consignado na Lei Orgânica do Município e que
tem sido a praxe nos Legislativos estaduais e na Câmara Federal, não é a forma
mais satisfatória, não se constitui naquilo que se encontre adequado aos
interesses da comunidade, porque os Legislativos municipais têm uma importância
muito grande, e por essa razão devem-se encontrar sensíveis à atuação de seus
trabalhos. Creio eu que na forma como se encontra hoje disciplinado o recesso
parlamentar, não é possível permanecer. O Ver. Flávio Coulon, em seu Projeto,
pretende diminuir o recesso parlamentar para 30 dias. Primeiramente, nossa
saudação ao nobre Vereador que traz este assunto em debate nesta Casa, e
satisfeito da nossa parte porque teve também a preocupação do nobre Ver.
Brochado da Rocha, que também se manifestou favorável ao Projeto em questão.
Vejam V. Exas., sem querer criticar qualquer outro parlamentar, a importância
do depoimento de S. Exa., o Presidente desta Casa, Edil há mais de 20 anos,
preocupado com o assunto do recesso parlamentar. Acha, realmente, por exemplo,
que o recesso de julho, este então não se justifica de maneira nenhuma. Não se
justifica e esta Casa tem a obrigação de estar atenta e permanente durante os
doze meses do ano, por ser uma Casa política. E digo mais: parece que o Ver.
Jorge Goularte queria o recesso por seis meses, está preocupado com a matéria!
Ou trabalhar duas vezes por semana, à noite. Mas eu acho que outro aspecto, a
parte substancial dos Vereadores que comparecem aos trabalhos desta Casa talvez
encontre uma solução intermediária e Porto Alegre vai dar o exemplo em matéria
de restringir o recesso parlamentar. Nesse sentido é válida a preocupação, se
não vamos dizer assim na amplitude proposta pelo Ver. Flávio Coulon, mas alguma
alternativa deve-se encontrar. Vejam V. Exas. o seguinte: consideram-se os trabalhos
das Comissões Permanentes da Casa como da maior importância. Sempre se diz que
os Legislativos têm uma função básica que não é só o trabalho do Plenário, do
amplo debate das idéias, mas o trabalho técnico, levado a efeito pelas
Comissões da Casa, pelas Comissões Permanentes, pelas comissões de natureza
técnica, que elaboram, estudam e refletem sobre os Projetos que tramitam na
Casa. Pois, vejam V. Exas. que as Comissões Permanentes da Casa permanecem
fechadas de 15 de dezembro até março e, posteriormente, em julho, também as
Comissões Permanentes da Casa encerram seus trabalhos, como se a vida da Cidade
cessasse. Não vou nem falar, Ver. Goularte, nos trabalhadores que depois de
dezenas, centenas de anos de luta conseguiram a conquista das férias de 30
dias. Portanto, eu acredito, sinceramente, que na versão do Projeto do Ver.
Flávio Coulon, ou em outras versões, com Emendas, acho que alguma alternativa
deve ser encontrada em relação ao recesso em Porto Alegre que, realmente, a
Câmara de Vereadores de Porto Alegre deve dar um exemplo, nesse sentido, às
demais Câmaras, uma vez que a Constituinte não se manifestou sobre a matéria.
Lamentavelmente a Constituinte não enfocou este tema.
O Sr. Jorge Goularte: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Ver. Isaac Ainhorn, V. Exa. disse que eu estava
interessado na matéria e estou mesmo. Me parece que há uma confusão que precisa
ser bem esclarecida: se há uma Câmara de capital que jamais cessa suas
atividades é esta Casa, e o fato de uma Representativa reunir-se às quartas e
quintas-feiras pela manhã, é em Plenário, porque a Casa permanece sempre
aberta. Este é um detalhe que precisa ser muito bem esclarecido. O Plenário é
apenas para dar as decisões sobre os Projetos que são analisados na semana. A
confusão é feita porque algumas Câmaras do interior dizem que reduziram o seu
recesso, só não se fala que essas Câmaras se reúnem somente às segundas e
quintas-feiras, quando se reúnem, ao passo que a Capital se reúne sempre e no
recesso é que se reúne às quartas e quintas-feiras para votar. Então, essa
confusão precisa ser muito bem esclarecida, porque nós devemos, isto sim, dar
mais autoridade de decisão à Representativa. Eu acho que é por aí que se deve
chegar a uma decisão nesse sentido. Me parece que a população está sendo pouco
informada de que esta Casa não possui carros oficiais, funciona sempre,
funciona de madrugada, quando necessário, com liquinho ou sem liquinho.
O SR. ISAAC AINHORN: Eu quero saber se V. Exa. é
a favor ou contra o Projeto do Ver. Flávio Coulon?
O Sr. Jorge Goularte: Da maneira como ele está
redigido, sou contra.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Isaac Ainhorn, sou honrado com o pronunciamento
de V. Exa., na manhã de hoje, como fui honrado na quarta-feira com o
pronunciamento do Ver. Hermes Dutra a respeito deste assunto. Apesar de ser
autor do Projeto, eu entendo que mesmo na tramitação em Pauta ele recebeu uma
boa atenção por parte dos Srs. Vereadores. E quer me parecer que ele vai
cumprir a sua destinação agora nas Comissões, porque, realmente, o sentido
dele, tal como foi redigido, é que justamente ele fosse o início e servisse
como o ponto inicial da discussão de uma reformulação que me parece muito
necessária, no sentido exatamente que V. Exa. apreendeu muito bem: de manter
esta tribuna aberta o maior tempo possível durante o ano. É que a experiência
que nós temos, tal como a Representativa no momento está ordenada, ela não vem
mantendo. E lhe cito mais: durante o mês de julho, de oito Plenárias que
deveríamos ter, acabamos tendo apenas duas. Do modo como ela está ordenada, ela
não está cumprindo com as suas obrigações.
O SR. ISAAC AINHORN: Eu acho que V. Exa., no seu
aparte, respondeu inclusive ao Ver. Jorge Goularte, com relação ao problema dos
recessos, e com os outros aspectos a que ele referiu nada a opor, pois é uma
Casa que trabalha, dedicada, quanto a isto não há dúvida nenhuma. Para
encerrar, Sr. Presidente, eu quero registrar e reiterar, aqui, o problema que
me preocupa muito e faço um apelo às Lideranças da Casa no sentido de que
liberem, mesmo que individualmente sejam contrárias ao Projeto, permitam que
este Projeto chegue ao Plenário pelo simples exame formal, dizendo que a
matéria é legal, regimental e que tem condições de tramitar, não entrando no
mérito, na Comissão Especial, para que ela não seja rechaçada e inviabilize.
Este assunto deve vir ao Plenário, deve ser o mais amplamente debatido. Nós
temos até o final do ano para debater este assunto.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador, não me passa pela cabeça, jamais, que a
Câmara de Vereadores possa de maneira alguma...
(Discursos paralelos.)
Porque existe empresa nesta Cidade.
O SR. ISAAC AINHORN: Aliás, de vez em quando, há
certas manifestações que me surpreendem pelo total desconhecimento da Lei
Orgânica do Município e do Regimento Interno desta Casa quanto à tramitação dos
Projetos.
Para encerrar, Sr. Presidente, agradecendo a tolerância desta Mesa, uma
vez que os meus dez minutos regimentais já se encerraram, agradeço e volto a
reiterar a nossa posição de que este assunto deve ser amplamente debatido e, se
não votar no Projeto de V. Exa.,
votarei numa alternativa que esta Casa deve buscar com algumas Emendas, mas que
busquem restringir o prazo de recesso e também uma fórmula de que as Comissões
Permanentes da Casa possam trabalhar durante os doze meses do ano. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Pela ordem, em tempo de
Liderança, a palavra com o Ver. Nilton Comin, sem apartes.
O SR. NILTON COMIN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores,quero trazer à consideração desta Casa um assunto que diz respeito
aos munícipes da Cidade. Todos os dias, quando vamos aos armazéns, ou ao
supermercado, adquirir uma mercadoria, principalmente os enlatados, verificamos
o descaso das autoridades públicas do Estado e da União para as latas
amassadas, e isso é muito importante para evitar o que aconteceu nesta Cidade
quando uma família foi dizimada pelo botulismo. Ocorre que as latas, no seu
interior, são estanhadas, e no momento em que são amassadas misturam-se ao seu
conteúdo e aí há um sério risco à saúde pública desta Cidade. A população não
deve adquirir estes produtos, a população deve ter o cuidado necessário para que
estes produtos fiquem à margem porque é grande o número de enlatados de
conserva e é difícil que um óleo de soja, óleo de arroz, óleo de milho, óleo de
algodão, que as latas não estejam amassadas. Não se dá valor às populações, ao
povo em matéria de saúde pública. Não se faz nada, apenas se quer vender os
produtos. Parece uma coisa sem muito resultado, parece um assunto muito
simples, mas, na verdade, aí está um grave problema de saúde pública. É normal,
é comum, comprarmos produtos enlatados e todos terem conservantes. Se a
população soubesse o número de conservantes, corantes, que existem nesses
produtos, certamente poucas pessoas teriam condições de adquiri-los. Foi
colocado aqui, nesta tribuna, pelo Ver. Isaac Ainhorn, o problema do leite
contaminado por Chernobyl, mas este assunto se tornou internacional. Ocorre que
os assuntos nacionais são poucos abordados. Nós, nas tribunas, como somos
políticos, nos preocupamos muito com assuntos políticos e é uma Casa política e
deve fazer isso, porém eu, como misto de técnico em saúde pública e como
político, me preocupo sobremaneira com a prevenção das doenças, porque depois
do ocorrido não adianta chorar no cemitério. Esse assunto é grave. A população
deve ser o fiscal, porque o Governo do Estado não está empregando ninguém. O
número de fiscais que cuidam do ramo bromatológico é insignificante. Duvido que
qualquer Vereador desta Casa, que vá ao supermercado comprar uma lata de óleo
de soja, se não terá dificuldades de escolhê-la. Eu mesmo encontro essa dificuldade
e pergunto: “Quem está preocupado com a saúde pública de Porto Alegre?” Poucos
são os preocupados com assuntos dessa natureza. Ontem, um jornal de grande
circulação desta Capital abordou um assunto que abordei em Projeto sancionado,
inclusive, pelo Sr. Prefeito. Os ilustres advogados desta Casa diziam que eu
não deveria apresentar o Projeto. Apresentei-o, foi aprovado e o Sr. Prefeito
sancionou. Ontem, um dos grandes jornais fez outra colocação, afirmando que
apenas quatro fiscais cuidam do problema dos ratos em Porto Alegre. Solicitei,
em Pedido de Informações, ao DMAE, que declarou a existência de dez ratos para
cada habitante de Porto Alegre, perfazendo um total de treze milhões. Não dá
realmente nenhuma posição exata sobre o indicador usado para saber o número. E
esses assuntos são da maior importância para a população desta Cidade. Sou
grato, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A seguir, passa-se ao
período de
EXPLICAÇÃO PESSOAL
Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn. Ausente. Com a palavra o Ver. Raul
Casa. Ausente. Com a palavra o Ver. Cleom Guatimozim.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, a Nação brasileira assistiu, ontem, o pedido de demissão do
Ministro do Interior e a conseqüente demissão, por parte do Presidente, de um
alto funcionário do Governo Federal.
Esses desacertos que são, até certo ponto, normais num Governo a
qualquer nível, estadual, municipal ou federal, trazem atrás de si motivos que
não ocorrem nas outras esferas tão comumente. E geram, sem dúvida alguma, a
intranqüilidade daqueles que acompanham a política nacional e o péssimo Governo
do Presidente José Sarney.
Entendemos que a luta partidária existente hoje, dentro do Governo
Federal, serve apenas para deixar ainda em pior situação uma democracia que se
inicia e que engatinha.
Nós sabemos que o povo nem sempre está disposto a compreender as
dificuldades de uma democracia incipiente num país como o Brasil, em
desenvolvimento.
E estas falhas da política e dos políticos nunca foram exploradas como
hoje, inclusive levando alguns a afirmar que esta não seria a melhor forma de
governo.
Na verdade, dentro de uma democracia que engatinha, dentro de uma
democracia que começa, não têm importância, Srs. Vereadores, as ocorrências dos
bastidores, se ela continuar ainda caminhando.
Eu sempre disse desta tribuna que não levo nenhuma esperança nos
Constituintes e até cheguei a dizer que, talvez, esta seja a Constituição menos
duradoura do nosso País, a que ficará em menos tempo de vigência porque, logo
após a sua aprovação, aprovação sob pressão de grupos, haverá as campanhas
nacionais pela modificação. E as campanhas, quando se desenvolvem no seio do
povo, na base e de fora, que não chegam ao conhecimento, inclusive, dos
congressistas, são em grande quantidade e as reivindicações inúmeras, que são
provenientes de uma sociedade que vive em aflição e que deseja uma outra
orientação. Nós também assistimos, nestes últimos dias, a imprensa da nossa
Capital, e até a nacional, tratou do assunto, a Revista Isto É trouxe uma
reportagem considerável sobre o problema do Plano Diretor aprovado por esta
Casa. Vejam, Srs. Vereadores, como é difícil a um Vereador ficar sentado nesta
tribuna e ver vir a esta tribuna Vereadores que não sabem nada sobre o Plano
Diretor, que são capazes de não saber o número da Lei; Vereadores que não sabem
o que o Prefeito sancionou e que não sabem o que foi vetado. Faço até um
desafio público a alguns deles, porque muito poucos sabem. Assisti, aqui,
muitos daqueles que ainda não tiveram tempo de aprender nesta Casa o Plano
Diretor, até pelo pouco tempo em que estão aqui, fazerem comentários, a
respeito daquilo que foi aprovado e resultado da nossa emenda, como se ela
fosse uma criminosa. Ora, os vetos opostos ao Sr. Prefeito e aconselhados que
foram pela Secretaria do Planejamento, têm alguns engraçadinhos, muito
engraçadinhos, como a preservação da Vila IAPI. A Vila IAPI é um pardieiro
velho com paredes rachadas e que o Planejamento quer preservar como uma obra de
arte. Ali houve o veto. Houve o veto no 4° Distrito, onde o Planejamento quer
que as modificações sejam orientadas por ele, o Planejamento. Não deseja que o
cidadão disponha de um livre arbítrio dentro da legislação.
O Sr. Werner Becker: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Há na fundamentação que a responsabilidade é do Sr.
Prefeito, porque assinou, também. O Sr. Prefeito não conseguiu se impor, ainda,
o quarto andar da Secretaria de Planejamento. A história da água, que
consumiria muito mais água numa Prefeitura que defende as unidades
unifamiliares, quando da classe média para cima vem acompanhada,
necessariamente, de piscinas, que gasta muito mais água, aquilo é piada.
Dizendo que os compartimentos maiores não podem ser usados, porque gasta muita
água e depois se incentiva a construção como se incentivou através do Projeto
lá na Chácara das Pedras, onde a maioria das casas têm piscinas. Quer dizer,
rico pode gastar água, pobre não pode. Esta é a tese.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Eu recolho o aparte de V.
Exa.. Os dois outros vetos, para aqueles que não tiveram tempo de ler, ou que
não compreendem os códigos do Plano Diretor, dizem o seguinte: um veto é aposto
à nossa Emenda, porque ela não incentiva as residências nos corredores de
serviço. Corredores de serviço são aqueles como a Av. Assis Brasil, por
exemplo. Então, eu pergunto, quem gostaria de morar na Av. Assis Brasil?
Aqueles que aconselharam o veto, de certo. Ou aqueles que ainda não conseguiram
se localizar no Plano Diretor. E o veto aposto às Emendas do Ver. Isaac Ainhorn
é exatamente o seguinte: o cidadão podia usar dentro da UTP. Aquilo que ele
perdesse de terreno, ele ganharia em índice. O Ver. Isaac Ainhorn apresentou
uma Emenda dizendo que esse índice podia ser usado em outro lugar, fora da UTP.
Então, o Planejamento, alegando que perderia o controle dos índices dentro das
UTPs, aconselhou o veto. Esses foram os vetos que o Prefeito apôs ao Projeto. E
aquilo que foi aprovado não foi nada mais do que a possibilidade de dois
andares mais em cada bairro da Cidade. Não há nenhuma cirurgia maior do que
isso, inclusive lá, onde mora o presidente do Grêmio, na Bela Vista, onde só
eram permitidos somente dois andares, agora são quatro andares, onde moram,
também, alguns engenheiros da Prefeitura Municipal. Acho que, enquanto a Vila
Restinga, os bairros e vilas irregulares se comprimem em subabitações, não é
justo que tenhamos o luxo de ter estas castas aqui dentro. Eu defendo o
trabalhador. E se o presidente do Grêmio mora lá, é uma pena. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa anuncia que, tendo em
vista um Requerimento, aprovado pelo Plenário, haverá uma Sessão Especial no
dia 13 de agosto, às 16h30min, onde irá comparecer a Exma. Sra. Secretária de
Educação do Município de Porto Alegre.
O SR. ARANHA FILHO (Questão
de Ordem):
V. Exa. poderia dizer que dia da semana é o dia 13 de agosto?
O SR. PRESIDENTE: Quinta-feira.
Com a palavra, o Ver. Flávio Coulon, em Explicação Pessoal.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, talvez por ser Vereador novo nesta Casa - e eu espero continuar
sempre sendo novo, porque não pretendo fazer do meu mandato uma profissão, não
pretendo me eternizar aqui nesta Casa, porque ela precisa ser renovada
continuamente - e por esta falta de experiência, eu traga uma preocupação à
reflexão desta Casa, que tem-me assaltado no momento em que, talvez por falta
de condições do exercício da Liderança do PMDB, de uma certa maneira, me
assusta. Entendo que o mandato parlamentar nos é conferido para legislar.
Entendo que estamos aqui para trabalhar em benefício da comunidade, durante o
maior número de horas possível. Entretanto, ao assumir a Liderança da Bancada
do PMDB, vejo uma boa parte do meu tempo tomado na solução de problemas
puramente administrativos, que nada têm a ver com o meu mandato. Até agora, não
consigo entender por que o Líder da Bancada tem que resolver problemas de
substituição de férias, por que o Líder da Bancada tem que resolver problemas
de transferências de funções gratificadas durante as férias, por que o Líder da
Bancada tem que estar, continuamente, tirado da sua preocupação principal para
isto. Sei que não é culpa da Presidência da Casa, mas sim de um sistema que se
instalou aqui. Por que é que, quando assume um novo Líder, perpassam pela Casa
várias indagações: continuarei ou não no meu posto? Continuarei percebendo a
minha FG, ou este novo Líder vai ter as suas preferências? Personaliza-se, na
figura do Líder, um poder que ele não tem no seu mandato - o poder de dispor da
vida das pessoas. Isto precisa ser muito bem pensado, Sr. Presidente, no
sentido de estabelecermos alguma sistemática duradoura. A estrutura de uma Casa
não se faz na base dos Cargos em Comissão. Estou vendo, aqui no jornal, uma
nota sobre o pretenso rompimento do acordo PDT-PMDB, o jornal dizendo o
seguinte: “O PFL será beneficiado com cargos, devendo ganhar, pelo menos, uma
diretoria na Câmara, inúmeras funções gratificadas e algumas chefias”, estão,
tudo se resume em uma troca de cargos e fatores. E o Líder da Bancada te que se
envolver nesse tipo de coisa; acho que tem que existir esse tipo de função, mas
não se pode manter a estrutura da Casa alicerçada nesse tipo de ligação
afetiva-emocional entre os Vereadores e os funcionários desta Casa.
O Sr. Cleom Guatimozim: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador, desejo dizer que não há crédito na
afirmativa de que há um rompimento entre PDT-PMDB, Partido de V. Exa. Este
assunto não foi tratado nem discutido e não houve essa decisão.
O SR. FLÁVIO COULON: Tamanha a minha certeza da
validade das suas palavras, Ver. Cleom Guatimozim, que há pouco cedi a
Liderança do PMDB ao Ver. Nilton Comin para falar um assunto totalmente
diverso, na absoluta confiança de que esta notícia não tinha e não tem resguardo
dentro desta Casa. Para concluir, Sr. Presidente, gostaria de me somar aos
esforços de V. Exa. no sentido de estabelecermos uma estrutura funcional
duradoura, nesta Casa, onde as pessoas, cada vez que muda a Mesa Diretora, não
tenham que sair com suas máquinas debaixo do braço, de sala para sala, pulando
de galho em galho, durante toda a sua vida dentro desta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver.
Hermes Dutra.
O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, a Cidade, na semana passada, se mostrou chocada, estarrecida, com
aqueles tristes episódios que ocorreram no Presídio Central e que, de resto, já
foram analisados, até exaustivamente, aqui nesta tribuna com muito mais
brilhantismo por outros companheiros. Mas, a parte que eu queria tocar, neste
problema, é de uma forma mais abrangente, a meu juízo, de uma visão um pouco
distorcida com que se trata a questão da violência. O assunto vem a propósito
até mesmo desse lamentável episódio que envolveu os jogadores do Grêmio, na
Suíça - sobre o qual eu não quero entrar em mérito - e que o Sérgio da Costa
Franco, hoje, na sua crônica da “Zero Hora”, faz alguns comentários sobre o
problema que ele chama não de violência, mas quase que truculência da polícia
suíça comandada por um juiz, no caso da apuração dessa questão. Faço esse
paralelo porque acho que o grave problema do nosso País não é, como todo mundo
insiste em dizer, a miséria, que seria a causadora dos crimes. A miséria é,
certamente, um incentivador da criminalidade; agora, dizer que a miséria é
fator fundamental e único da criminalidade é, a meu juízo, até uma ofensa às
classes mais pobres que, normalmente, são as mais arraigadas moralmente. Quando
um pobre vai a uma delegacia para prestar testemunho ou depoimento em algum
processo para o qual é intimado, o faz vexado, porque entende que entrar numa
delegacia é contra a sua própria honra. O mesmo não acontece nas camadas mais
aquinhoadas da população. A questão toda está, exatamente, na distribuição da
punição e na rapidez da punição e, resumindo, eu diria, na certeza da
punibilidade que, lamentavelmente - eu não sou advogado, que me perdoem os
advogados -, pelo que eu entendo, por falsos conceitos de defesa da pessoa
humana, neste País, um criminoso, seja ele de colarinho branco, ou de colarinho
escuro, porque pobre ou rico para pegar uma pena, só pegará a pena e a cumprirá
se não tiver um bom advogado, porque, caso contrário, na maioria das vezes o
processo será truncado com chicanas, com a bisca de argumentos em leis,
decretos, vírgulas, em entrelinhas, fazendo com que a punição não ocorra e essa
geração da impunidade é que, ao meu juízo, gerou uma consciência no País de
desrespeito à lei, que auxiliada numa parte pela miséria, pela má distribuição
de renda, fez com que a violência em alguns setores fosse aumentada por causa
disso. Agora, não se imagine que, em aumentando o salário mínimo, se vai
reduzir a violência. Não, se aumentar o salário mínimo vai-se reduzir o roubo
de pão, o roubo da fruta da banca, vai-se reduzir aquilo que eu nem considero
roubo, aquele que leva a mão para matar a fome. Mas, os grandes ladrões do
País, os grandes criminosos, vão continuar com bons advogados a fugir da lei.
Por isto é que eu acho que já está na hora de se repensar o sistema penal
brasileiro de forma que se consiga uma certeza da punibilidade, para que os
inquéritos e processos não se demorem em paradouros a cada momento, por este ou
aquele argumento. Que a justiça consiga chegar de forma rápida e ligeira a
partir das pequenas punições, porque é aí que se educa. Quem comente uma
infração de trânsito, hoje, e vai corromper a autoridade policial para retirar
a multa, a meu ver não tem diferença daquele que dá um desfalque financeiro,
porque, apenas, só aumentou a intensidade e o volume da agressão que fez ao
patrimônio de um e ao patrimônio de todos, que é o cumprimento da lei. Por
estas questões, eu espero que se estabeleça um debate a nível nacional, sério,
sem preconceitos, sobre o problema penal brasileiro, do qual o sistema penal é
conseqüência, porque enquanto estivermos pagando os agentes penitenciários a
cinco mil cruzados por mês, nós, seguramente, não teremos a garantia de uma boa
prestação de serviços. Eu espero, Sr. Presidente, que esses tristes fatos
ocorridos aqui, em São Paulo e em Santa Maria, ainda ontem, sirvam de exemplo e
de arrancada para uma discussão mais séria sobre o assunto. Era isso, Sr.
Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. Isaac
Ainhorn, pelo espaço de cinco minutos.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, retorno ao assunto que já tive oportunidade de me manifestar desta
tribuna, mas que continua na ordem do dia e que entendemos necessário
denunciar, denunciar e denunciar. Trata-se da liberação, autorizada no sentido
de liberação para a venda ao público, do leite contaminado pela radiatividade
em razão da explosão da Usina de Chernobyl. Evidentemente que este assunto nos
coloca em questão, primeiramente, um assunto que é amplamente debatido
mundialmente, que é o problema das usinas nucleares. Aja vista, agora, que até
hoje não funcionou a Angra dos Reis - graças a Deus - porque parece que
venderam sucata. Esta é a acusação que constou ontem na imprensa do Centro do
País e parece que o Governo brasileiro vai processar no Fórum Americano a
empresa vendedora do equipamento porque, parece, que a Angra dos Reis já tinha
sido usada lá em Porto Rico, que é a Westinghouse.
Pois o que nos espanta neste problema da venda do leite contaminado, é
que autoridades sanitárias deste País tenham afirmado sistematicamente - ontem
ainda ouvi uma autoridade de saúde - que “vai constar uma tarja dizendo que
este leite não é recomendável”. Mas, se não é bom, por que está na prateleira?
Por que se vai permitir que esse leite seja comercializado nos supermercados?
Continuo e continuarei a denunciar esse fato que entendo altamente danoso à
comunidade do nosso Estado, da nossa Cidade e País. Infelizmente, duas empresas
gaúchas estão querendo esta liberação: a Olvebra e a Joaquim Oliveira S.A., sob
alegação de que constará um rótulo. Vejam que se sente que esse argumento da
tarja não satisfaz. É a mesma coisa de que dizer que a cola de sapateiro - que
é para colar couro - deve conter uma tarja, dizendo que não é bom para a saúde.
Esta Casa aprovou uma Indicação, de minha autoria, no sentido de que se proíba
a comercialização da cola de sapateiro, porque a cola contém benzeno e esse
produto prejudica a saúde. Agora, libera-se a venda de leite em pó contaminado
pela radioatividade. Evidente, na Europa não é consumido esse leite. Sabe-se
que inúmeras lanchonetes e restaurantes poderão usar o produto, porque será
vendido mais barato e, de repente, as pessoas estarão consumindo um produto
radioativo.
O Sr. Getúlio Brizolla: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) A preocupação é grande e quero reforçar suas frases,
acrescentando que está sendo vergonhosa a ação das multinacionais. Elas não
estão liquidando o Brasil, mas, sim, as suas crianças.
O SR. ISAAC AINHORN: Digo-lhe que essa colocação
é importante. Pior que as multinacionais, penso e pergunto-me, são os maus
brasileiros que autorizaram as importações dessas mercadorias. Pior do que isto
é o Governo Brasileiro, que autorizou, a pretexto do Plano Cruzado, para manter
o equilíbrio de preços, que autorizou essas importações desses produtos que nós
não sabemos quais as conseqüências genéticas que trarão para a nossa população.
O Sr. Getúlio Brizolla: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Digo mais, Vereador, nós temos que “pisar na cabeça
da cobra” que está lá em Brasília. V. Exa. está consciente, todo o povo está
consciente, que enquanto não mudar este Governo as crianças continuarão
morrendo.
O SR. ISAAC AINHORN: Sou grato a V. Exa. e encerro
o meu pronunciamento. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Gladis
Mantelli): O
próximo orador inscrito é o Vereador Frederico Barbosa, por cinco minutos.
O SR. FREDERICO BARBOSA: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores, tenho falado seguidamente sobre o problema dos quebra-molas em
Porto Alegre. Um já está devidamente instalado e a população usufruindo, bem ou
mal, dos seus benefícios. E todos de dedos cruzados para que não exista nenhum
malefício. Mas, lembro que, terça-feira passada, falei sobre a idéia que levei
ao Prefeito Municipal sobre a sinaleira com 7 lâmpadas vermelhas. E embasado
mais agora, quando o usuário de veículos de Porto Alegre, em recente
reportagem, disse que necessitaria mais sinalização, tendo em vista ao que foi
colocado diante do Beira-Rio, diante do Maria Imaculada. Quando remeti ao
Prefeito a idéia, remeti também ao DETRAN, e recebi resposta - e gostaria de
deixar nos Anais o texto - e ontem à tarde em audiência com o Sr. Prefeito
solicitei o apressamento, ou seja, a urgência da SMT, com referência à análise
dessa idéia que tem a seguinte observação do Delegado Ulisses Nervo, que assina
o Ofício 244, de 30 de julho do corrente ano, ou seja, há poucos dias atrás.
(Lê o Ofício.)
“Senhor Vereador:
Acusamos o recebimento de seu ofício s/n°, datado de 22 de julho p.p,
encaminhando-nos o mais importante trabalho realizado por Vossa Excelência,
denominado ‘Segurança para Escolares’.
Apraz-nos comunicar-lhe que examinamos e analisamos o referido trabalho
e entendemos ser o mesmo, plenamente viável e feliz em sua concepção; apresenta
uma solução singela, prática, fácil de realizar, com custos reduzidos e sem
apresentar inconveniente algum, merecendo, pois, o integral apoio.
O trânsito tem feito muitas vítimas, e assim, como a vida representa o
bem maior e mais sagrado do homem, toda iniciativa para a sua preservação é
sempre bem vinda.
Aproveitamos o ensejo para cumprimentar Vossa Excelência pela feliz
iniciativa, própria de pessoa atenta aos problemas de nossa cidade, quer no
exercício da vereança ou como pessoa humana, sensível aos valores maiores da
comunidade a que pertence.
Reafirmando nossos pretextos de consideração e apreço, firmamo-nos.
Atenciosamente,
Del. Ulysses João Nervo,
Diretor do DETRAN.”
Evidentemente - afora os elogios feitos, o que imediatamente fez com
que me manifestasse ao Sr. Prefeito Municipal, como já disse que o fiz ontem à
tarde, pessoalmente - gostaria de destacar a expressão “integral apoio”, da
direção do atual Diretor do DETRAN, que chancela, portanto, aquilo que, se não
é o “ovo de Colombo”, pode, evidentemente, ajudar numa sinalização que há
poucos minutos alguém dizia, dentro deste Plenário, que é impressionante a má
sinalização nas proximidades do atual quebra-molas instalado diante do
Beira-Rio. Pois, tendo em vista isto - e confesso, Ver. Isaac Ainhorn, V. Exa.
que está na direção, na presidência da Comissão de Transportes desta Casa e,
diga-se de passagem, tão bem conduzindo os trabalhos desta Comissão - em
primeiro lugar, não tendo a liberação de uma obra que já era polêmica sem a
devida sinalização, sinalização esta que não vejo senão mais do que chamativa,
para evitar qualquer problema, e por isso arrisco, novamente, como fiz ontem, a
pedir ao Prefeito o apressamento do julgamento, pela SMT, da idéia que já foi
dada como feliz pelo atual Diretor do DETRAN.
O Sr. Antonio Hohlfeldt: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador Frederico Barbosa, quero me congratular com
V. Exa. pelo seu pronunciamento, inclusive queria me pronunciar a respeito do
assunto. Ontem tive oportunidade, por duas vezes, em horários diferentes, de
passar em frente ao Colégio Maria Imaculada. E a primeira coisa que me chamou a
atenção é que a SMT, na verdade, não cumpriu com o projeto apresentado na
Comissão. Não há a menor sinalização aérea, como estava prevista, com as placas
coloridas, e não há, também, a sinalização terrestre na própria via, pelo menos
não foi feito até agora. Em segundo lugar, na prática me dei conta de que o
chamado ondulador não vai funcionar, porque é muito pequeno na sua extensão.
Quem vier na velocidade de 80 km/h, desavisadamente, passa, ouve o barulho e
vai frear em cima do quebra-molas e da faixa de segurança. Com exceção do som,
ele não vai ter maiores conseqüências realmente. A parte do quebra-mola, em si
acho positivo, pois obriga o cidadão a reduzir, mas parece que está se
confirmando aquilo que eu observava na nossa Comissão, quando do depoimento dos
técnicos e pais de alunos, acho que infelizmente o problema vai continuar e
teremos que apelar para a solução da passarela, que é mais cara, que eu
defendo, mas que traz a conseqüência final.
O SR. FREDERICO BARBOSA: Gostaria de deixar a
afirmação que fiz na tribuna na terça-feira passada, de que uma pessoa me confessou
que passou no quebra-mola a 80 km/h, para fazer experiência, e com toda
tranqüilidade, sem problema algum.
O Sr. Isaac Ainhorn: Primeiramente, queria
informar a V. Exa. e à Casa que ontem a Comissão de Transportes decidiu e já
marcou uma visita ao Secretário dos Transportes, para acertar uma série de
assuntos atinentes à Comissão, à Casa e à comunidade. Um deles é relativo à
planilha de horários dos ônibus, que é uma Lei do Ver. Antonio Hohlfeldt, e
outro assunto relativo às sinaleiras luminosas que foram sugeridas por V. Exa.,
como advertência. Quanto ao quebra-mola, quero dizer o seguinte: eu acho que,
realmente, aquilo ali tem uma natureza experimental. E uma das coisas que eu
concordo é que a sinalização do quebra-molas... Existe a sinalização, eu diria
até para o Ver. Antonio Hohlfeldt, mas as placas estão tão altas que quem vem
no carro não enxerga.
O Sr. Getúlio Brizolla: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Frederico Barbosa, o Senhor, que foi Secretário
do Município, deve conhecer as dificuldades do Município. Quero valorizar suas
frases, “agora vamos cobrar”, certo? Agora, nós pegamos uma Prefeitura com 22
anos de roubos. Estou escutando do Ver. Hermes Dutra o seguinte: “Vamos
requerer na Justiça”. Mas que coisa boa isso aí. Eu vou e não tenho medo desta
frase.
O SR. FREDERICO BARBOSA: Se o Prefeito aceitar a
minha idéia e mandar um projeto para cá, que não mandou até agora, “Adote uma
sinalização”, não precisa ter dinheiro nos cofres públicos, a própria
comunidade é que vai pagar a sinalização. É muito fácil, basta ter cabeça.
A Sra. Teresinha Irigaray: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador, eu ouvi com atenção o seu pronunciamento e
em muitos pontos concordo integralmente. Agora, concordo, muito mais, com o
aparte dado pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, que é igual ao meu pensamento. Ali tem
que ter uma passarela. Jamais poderá ser um quebra-molas, pois vão acontecer
outros acidentes de sérias e graves repercussões. Não é porque eu seja do
Partido da situação que eu vá adotar idéias que eu acho que são nefastas para a
Cidade. O Secretário de Transportes, Ver. Elói Guimarães, errou ao adotar o
quebra-molas ali. Tem que ser a passarela, pois é um local de alto risco,
inclusive para as crianças. Adoto integralmente o pronunciamento de V. Exa. e o
aparte dado pelo nobre Líder do PT.
O SR. FREDERICO BARBOSA: E eu a idéia de V. Exa.
Encerro, Sra. Presidente, pedindo escusas pela concessão de tantos apartes,
mas, realmente, empolga o tema abordado. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Liderança com o PT, Ver.
Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores, me pede a Verª Jussara Cony que a integre, também, neste
pronunciamento, que não é apenas o nosso protesto e nosso registro como,
sobretudo, uma reflexão a respeito de caminhos perigosos que começam a se
desenhar no Rio Grande do Sul e no Brasil, referente ao atentado sofrido na
madrugada de anteontem, pela companheira, socióloga e professora, Lires Marques,
que é integrante da Frente Gaúcha pela Garantia do Direito de Morar, e cuja
casa foi alvo de uma tentativa de incêndio, através de bomba incendiária, com o
objetivo explícito e óbvio de intimidá-la, senão de feri-la, para retirá-la da
luta que hoje integra, em busca do direito de moradia dos setores populares,
setores mais carentes da população. Mas acho que temos que ligar este
acontecimento com outro, que vem registrado, inclusive, no Jornal do Comércio
de hoje, que foi a tentativa de seqüestro dos companheiros Gilberto Ribeiro e
Fernando Hélio de Mello, que também fazem parte do movimento. E seqüestro com
uso de automóvel e de armas de grosso calibre, e de tentativa, inclusive, de
assassinato. Nós tivemos, no correr deste ano, já quatro explosões de bombas na
cidade de Porto Alegre. A Polícia Federal, que é tão competente para encontrar
os suspeitos da esquerda, curiosamente é uma incompetência absoluta para
encontrar os suspeitos da direita, talvez porque os suspeitos da direita façam
parte da própria polícia. Acho que esta alternativa, à qual se retorna no
Brasil da chamada Nova República, é muito perigosa, como foi muito perigosa a
conivência da Brigada Militar com a violência praticada contra os “sem-terra”,
na área de Cruz Alta. Como se utilizam dois pesos e duas medidas! A Brigada
Militar não pode entrar na propriedade particular quando o latifundiário,
através dos seus capangas, espanca os homens “sem-terra”; mas a Brigada Militar
arromba e entra na propriedade particular dos casebres das vilas populares, sem
mandato judicial e sem pedir licença. Dois pesos e duas medidas! A Polícia
Federal, em menos de 24 horas, localizou o companheiro Danilo Groff no Rio de
Janeiro, mas não localiza, nem em uma semana, os que explodiram a bomba na casa
da companheira Lires Marques, ou seqüestraram os dois companheiros do movimento
que defende as ocupações das habitações. Acho que estes fatos apontam,
claramente, para uma tentativa de se retomar àquilo que de pior deixou a
ditadura, não só no Brasil, como em toda a América: a violência permitida, de
maneira oficiosa. E não é por nada que o ex-Presidente Figueiredo dizia, em
entrevista, que ele sabia - e deve saber, é óbvio - do que teria acontecido no
atentado do Rio-Centro. É fundamental, portanto, que no Governo do Rio Grande
do Sul, onde se pretende ter a democracia - e eu quero dizer que acredito na
boa vontade do Governador Pedro Simon -, se consiga, com clareza, esclarecer
fatos como este. É lamentável, inclusive, que hajam fundadas suspeitas, até
porque houve ameaças públicas, com testemunhas, de que, provavelmente, o
atentado contra a Professora Lires Marques tenha partido de membros da empresa
Zelacon, pagos pelos donos da Habitasul, até porque, é bom que se lembre, o
dono da Habitasul esteve nesta Casa pedindo auxílio para defender os interesses
da Habitasul. Portanto, eu esperaria do Dr. Péricles Druck um comportamento um
pouquinho mais respeitoso e democrático em relação a pessoas que não se
negaram, em nenhum momento, a pagar, a comprar o seu imóvel, e até teriam o
direito de fazê-lo, mas querem, isto sim, ter o direito de ocupar aquilo que
por antecipação vêm pagando, já que estas obras são feitas com o dinheiro do
trabalhador brasileiro, que é o Fundo de Garantia, e que estas empresas, do
tipo Habitasul, usam, abusam e desviam, com a absoluta conveniência do Governo
Federal. Então, o nosso registro, não apenas de solidariedade à Professora
Lires Marques e aos companheiros Gilberto Ribeiro e Fernando Hélio de Mello: é
também uma reflexão sobre os perigosos caminhos que esta Nova República está
apontando para a maioria da população, que até agora, salvo raros exemplos, não
se definiu pela força, mas que se se definir, é bom que se lembre que é a
maioria absoluta desta Nação que, embora talvez em choque sangrento, acabará
ganhando da maioria que rouba este País. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Solicito ao Secretário
Jaques Machado que faça a chamada nominal para a verificação de “quorum”.
O SR. SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal.)
Há “quorum”, Sra. Presidente. Vinte e dois Srs. Vereadores responderam à
chamada.
A SRA. PRESIDENTE: Passamos, então, à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(Adiado por três Sessões)
PROC. 2291/86 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N°
063/86, que
dispõe sobre a realização de exame psicológico para ingresso no Serviço Público
Municipal e dá outras providências.
Parecer:
- da CJR.
Relator, Ver. Paulo Sant’Ana: pela aprovação.
Parecer Conjunto:
- da CUTHAB e COSMAM. Relator-Geral, Ver. Frederico Barbosa: pela aprovação.
A SRA. PRESIDENTE: Sobre a mesa, Requerimento
subscrito pelo Ver. Cleom Guatimozim, solicitando que o PLE n° 063/86, Proc. n°
2291/86, tenha adiada a sua discussão e votação por duas Sessões.
Em votação. (Pausa.)
O SR. JORGE GOULARTE: Para encaminhar, Sra.
Presidente.
A SRA. PRESIDENTE: Para encaminhar, tem a
palavra o Ver. Jorge Goularte.
O SR. JORGE GOULARTE: Sra. Presidente, Srs.
Vereadores, esse Requerimento do Líder do PDT me dá a oportunidade de fazer um
apelo ao Sr. Prefeito Municipal para retirar este Projeto de um todo. Não é
possível que o funcionalismo público, que a pessoa que vai ingressar no serviço
público, seja submetida a exame psicológico dessa ordem. Eu tenho uma frase que
sempre repito: quem é que faz o exame psicológico nos psicólogos? Querido amigo
Ver. Kenny Braga: o cara dorme com os pés de fora, não é bem tratado à noite e
quem paga é o pobre do funcionário. Eu sou contra este Projeto porque acho que
não é dessa forma que se analisa comportamento de pessoas e é uma boa
oportunidade, Vereador Líder do PDT, para, em vez de adiar isso aqui, retirar
para sempre. Que as pessoas sejam analisadas como elas são, e não dessa forma.
Por isso, eu sou a favor do Requerimento, mas espero que ele seja ampliado pela
retirada total. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra, para
encaminhar, o Ver. Frederico Barbosa, pelo PFL. V.Exa tem cinco minutos.
O SR. FREDERICO BARBOSA: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores, sou o autor do Parecer Conjunto desse Projeto, inclusive, pela
aprovação, e à época, no final de junho, o defendi, como alguns disseram, com
unhas e dentes, exatamente por ser única e exclusivamente a regulamentação de
uma Lei Complementar já aprovada durante o ano passado, que estabelece,
efetivamente, a ampliação de exame psicotécnico para ingresso na Prefeitura
Municipal de Porto Alegre. Durante todo o mês de julho dialoguei com a
Secretaria Municipal da Administração e, principalmente, com o Sr. Secretário
Gabriel Fadel, no sentido de tentarmos achar um “modus faciendi” para aprovação
desse Projeto. Evidentemente que ele é polêmico, com alguns contra o
psicotécnico e outros a favor, mas, basicamente, existe um item e nesse sentido
quero apelar ao Ver. Cleom Guatimozim, como Líder do Governo nesta Casa e ao
Executivo Municipal. O Projeto que cria o psicotécnico está aprovado, exige,
isso sim, a complementação, ou seja, em quem seriam aplicados os exames
psicotécnicos, que é o texto do projeto atual em pauta. Gostaria de fazer um apelo
ao Executivo Municipal, tendo em vista a controvérsia levantada sobre a
apreciação deste Projeto: se adiado agora, e sou favorável a este adiamento,
que o Executivo retirasse este Projeto, eis que, mesmo com aprovação deste que
estamos discutindo agora, necessitaria uma Emenda à Lei Complementar se
falando, também, em provimento e não só em ingresso, pois não teria sentido a
aplicação do exame psicotécnico no ingresso para - como diz o Ver. Jorge
Goularte - “fazer o exame psicotécnico para o ferreiro e, se aprovado, deixar,
por exemplo, que mais adiante o ferreiro possa galgar todos os outros postos e
chegar a qualquer outra atividade dentro da Prefeitura que não a de ferreiro,
se para ingressar como ferreiro foi necessário, certamente para que ele passe para
Vigilante e deixe o material necessário para ferreiro e coloque um revólver na
cintura, terá que ser aplicado um exame psicotécnico”. Isto é que foi o que a
Assessoria Técnica nesta Casa alertou e está constando no meu pronunciamento,
através do Parecer que emiti. Se aprovado este, para ingresso, certamente
teríamos que aprovar para diversos andamentos dentro da carreira de funcionário
municipal.
Então, o apelo que faço, como autor do Parecer e favorável ao Projeto e
favorável à aplicação do exame psicotécnico, é que o Executivo retire neste
prazo que o Ver. Cleom está solicitando o adiamento e que, certamente, ocorrerá
durante a semana que vem, que retire o Projeto e reestude e, dentro do que for
dialogado com as Lideranças, ou reapresente já com as devidas emendas e já com
o texto devidamente atualizado, ou ache uma forma, inclusive, o que seria
necessário, de revogar a Lei que estabelece a aplicação do psicotécnico para
ingresso, que já está aprovada por esta Casa há bastante tempo, necessitando
apenas de sua regulamentação.
Este é o apelo que faço para que se defina a tramitação desse Projeto
que é - volto a dizer – polêmico, e que encontra resistência numa série de
Vereadores desta Casa e que, positivamente, deve existir um diálogo entre a
Secretaria da Administração e as Lideranças para que se chegue numa conclusão:
vamos votar, ou não? Caso não se submeta à negativa e que o Executivo se
conscientize de que deve retirar o Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha): Para
encaminhar o Ver. Cleom Guatimozim, sem apartes.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, os testes de inteligência estão caindo hoje no mundo todo e estão
caindo por um motivo muito especial. Este teste revela uma disposição do
momento da pessoa. Então, por exemplo, aquele cidadão que for agraciado com uma
boa notícia poderá passar num teste psicológico, ao contrário, se receber uma
notícia que o abate, poderá rodar no teste. Portanto, se revela uma disposição
do momento, acho que aquelas pessoas que deverão ocupar cargos superiores
deveriam fazer o teste, porém, como psicológico, não concordo que se aplique o
teste no trabalhador. E é exatamente isso que deseja o Projeto enviado pelo
Executivo. Nós vamos falar ao Sr. Prefeito Municipal para que retire este
Projeto, porque não se pode aplicar, a nível de CLT, o teste psicológico.
Sinceramente eu reconheço que, em muitos casos, o teste da árvore, por exemplo,
o teste de Kock, é um teste que aplicado em crianças até 14/16 anos revela uma
tendência em que o educador deve se basear para orientá-las e ali também fica
marcante a disposição do momento que pressiona o intelecto da criança. Alguém
perguntou desta tribuna: quem faz o teste no psicólogo? Eu gostaria de dizer
que o psicólogo é a única faculdade que faz dois vestibulares e o primeiro
vestibular é o psicotécnico, que é para saber se o cidadão pode fazer o
vestibular de psicologia. Então, quem faz o psicotécnico nos candidatos à
psicologia é a própria universidade onde ele presta seus exames. Entendemos que
vivemos num mundo em desenvolvimento muito grande. Isso leva-nos à certeza de
que a inteligência não está em declínio. Pelo contrário, as últimas conquistas
tecnológicas provam que a inteligência, no mundo, evolui. É claro que com uma
superpopulação, como a que hoje temos, despontam, inclusive no Brasil, os
superdotados, inteligências privilegiadas, o que antes só víamos registrado em
outros países. No Brasil não havia registros de crianças superdotadas. Entre as
primeiras que surgiram estava a italiana Dionella di Marco e o italiano
Ferrucci Burchiu, verdadeiras inteligências que despontaram no mundo, mas agora
já temos outras pessoas, felizmente, no Brasil. Então, que se apliquem os
testes de inteligência para sabermos qual o “QI”, aplicados sobre a idade
cronológica das pessoas, principalmente das crianças. Porém, no ferreiro, no
carpinteiro, no pedreiro, como pretende o Projeto, discordo. Levaremos ao Sr. Prefeito o pensamento deste
Plenário, que é da retirada do Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. FREDERICO BARBOSA
(Questão de Ordem): Sra. Presidente, só para relembrar, até porque várias dúvidas ficaram,
inclusive com afirmações sobre o problema da categoria dos psicólogos, com
fundamento no artigo em que cita o Requerimento de adiamento do Processo,
alerto aos Srs. Vereadores que consta dos Autos do Processo que será aplicado
exame psicotécnico na categoria de psicólogos.
A SRA. PRESIDENTE (Gladis
Mantelli): Encaminha,
pelo PDS, Ver. Hermes Dutra, por cinco minutos, sem apartes.
O SR. HERMES DUTRA: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores, aproveitando a oportunidade, quero fazer coro à voz do Ver. Jorge
Goularte, acho que o Ver. Cleom Guatimozim deveria retirar para sempre este
Projeto, porque, segundo o que já lembrava o Ver. Frederico Barbosa, é ruim,
porque é malfeito. E, a meu juízo particular, comete injustiça gravíssima.
Quero deixar claro que nada tenho contra os psicólogos, nada tenho contra
exames psicotécnicos, como medida de levantamento de afinidades para
adaptações, readaptações, e até para acompanhamento da ficha funcional do
funcionário. Agora, não aceito, os três votos do PDS - são poucos -, vamos
votar contra o Projeto, porque engloba na relação uma série de servidores que
não tem o menor cabimento ter exame psicotécnico seletivo. Imaginem
eletricistas, ferreiros, fazendo exames psicotécnicos!
Vou contar de novo a história do meu pai: foi motorista durante 36 anos
e meio, sem nunca ter atropelado ninguém, sem nunca ter-se acidentado, e ao
renovar sua carteira de motorista lhe foi dado um labirinto e um lápis, o
coitado do velho não sabia agarrar o lápis. Ele, simplesmente, colocou o lápis
em cima da mesa, foi à firma e requereu a aposentadoria.
Quer dizer, é brincadeira! Respeito o exame psicotécnico. Acho que até
deve ser feito, agora, não pode ter aspecto seletivo, porque até admito que
detecte distorções meramente comportamentais, mas que não afetam o serviço, não
vejo porque lhe ser vedado o acesso ao serviço público. Ao contrário, essas
pessoas, que muitas vezes têm dificuldades em encontrar emprego na iniciativa
privada, onde se aplica a bel-prazer a demissão e a admissão, essas pessoas vêm
buscar no serviço público guarida para exercer a sua profissão.
Por isso, Ver. Cleom Guatimozim, vou votar a favor da retirada por duas
Sessões, mas gostaria que V. Exa. retirasse “ad eternum”, que o Sr. Prefeito
tome conhecimento das diversas dúvidas que assaltam a Casa e desse a rejeição, pois, como conversei com a
maioria dos companheiros, eles são contrários a esse tipo de exame de caráter
seletivo. Não sou contra que se faça exame psicotécnico para fim de prontuário
profissional do servidor, porque é até uma necessidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Para encaminhar, pelo PMDB,
Ver. Flávio Coulon.
O SR. FLÁVIO COULON: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores, o apelo que trazemos à tribuna é no sentido de que o Executivo,
numa troca de idéias com esse Legislativo, traga um projeto que realmente não
sofra a quantidade de restrições que este Projeto tem sofrido aqui. Concordo
com algumas coisas que o Ver. Hermes Dutra disse aqui e alguns outros
Vereadores também disseram. Tenho problemas particulares de laudos de
avaliações psicológicas em que tentaram truncar a carreira profissional de uma
filha minha, mas isto não significa de que haja invalidade desse tipo de
avaliação psicológica. Acho que não podemos raciocinar por exceção. E parece
que se faz altamente necessário esse tipo de avaliação, em qualquer tipo de
serviço. Posso até discutir com o Ver. Hermes Dutra se será em caráter seletivo
ou não, mas os casos em que as pessoas se sentem julgadas, tenho absoluta
certeza de que são muito menores do que aquela imensa quantidade de casos em
que o exame psicológico foi altamente favorável à sociedade. De modo que eu
firmaria a posição, neste momento, no sentido de que esse tipo de exame, esse
tipo de atividade profissional deve ser respeitado e valorizado, porque ela tem
uma contrapartida em termos de sociedade muito grande. Não é possível, por
força de alguns problemas particulares e idéias pessoais que tenhamos,
querermos colocar aqui em discussão a validade de uma profissão, de uma
ciência, que é a avaliação psicológica e psicotécnica das pessoas. Fica aqui
reafirmado o entendimento da Bancada do PMDB, do valor que têm as avaliações
psicológicas feitas tecnicamente, com bastante gabarito e segurança. E não se
tente, por força da tramitação de um Projeto, querer diminuir a validade desse
tipo de atividade profissional. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Não havendo mais quem queira
encaminhar, em votação o Requerimento do Ver. Cleom Guatimozim. Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Adiada, portanto, por duas Sessões, a discussão e votação do PLE n°
063/86.
PROC. 1067 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 010/87, do Ver. Cleom Guatimozim,
que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Dr. Luiz Matias Flach.
Obs.:
- Incluído na Ordem do Dia por força do artigo 44 da
Lei Orgânica Municipal.
A SRA. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação.
O SR. FREDERICO BARBOSA: Para encaminhar, Sra.
Presidente.
A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver.
Frederico Barbosa.
O SR. FREDERICO BARBOSA: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores, falo em nome da Bancada do PFL, para, mais uma vez, manifestar a
nossa satisfação e os cumprimentos, também em nome da Liderança do PL, do Ver.
Jorge Goularte, pela idéia do Ver. Cleom Guatimozim, Líder do PDT, em trazer a Plenário
um título de cidadão emérito de Porto Alegre para o Dr. Luiz Matias Flach,
homem, sem dúvida nenhuma, que tem várias passagens pela sociedade
porto-alegrense e sociedade gaúcha, como esportista, como atleta profissional,
como homem público, através de sua trajetória, quando foi o primeiro delegado
de tóxicos do Rio Grande do Sul e através da carreira brilhante que exerce como
professor e juiz. Além de ser um profissional brilhante, como diretor da EPATUR
em Porto Alegre, é homem extremamente vinculado à cultura urbana, como me
lembra o Ver. Ennio Terra, vinculado à música, à arte, homem que sempre
colaborou com o Executivo Municipal, desde longa data, sendo reconhecido em
Porto Alegre como cidadão que, pela sua simplicidade, pautou todas as suas manifestações
pela singeleza. Portanto, o PFL vota favoravelmente e, mais uma vez,
cumprimentamos o Ver. Cleom Guatimozim, por ter pinçado dentre os
porto-alegrenses um nome que realmente merece ficar na galeria daqueles que
recebem o título de Cidadão Emérito de nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Não havendo mais quem queira
encaminhar, em votação o PR n° 010/87. Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO,
com abstenção do Ver. Lauro Hagemann.
Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Cleom Guatimozim,
solicitando seja o PR n° 010/87 dispensado de distribuição em avulsos e
interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Obs.: Foram aprovados os demais Requerimentos constantes na Ata.)
A Mesa vai apregoar, agora, o Requerimento n° 089/87, de autoria do
Ver. Paulo Sant’Ana, através do qual solicita sejam devolvidos ao Senhor
Prefeito Municipal os Vetos apostos às Emendas do Projeto do Plano Diretor, que
estão sendo enviados a este Legislativo, em razão de ferirem a Lei Complementar
n° 43, de 21 de julho de 1979, no seu art. 14, parágrafo único, combinado com
os itens II e III, e a Lei n° 3.607, de 27 de dezembro de 1971, no seu art. 1°,
parágrafo 2°.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem): Quero
manifestar o meu protesto e gostaria que o assunto fosse submetido à Comissão
de Justiça da Câmara, uma vez que existe toda uma tramitação regimental
prevista no Regimento Interno da Casa e na Lei Orgânica do Município com
relação ao encaminhamento e tramitação dos processos. Conseqüentemente, o
pedido do Ver. Paulo Sant’Ana fere frontalmente o Regimento Interno da Casa e a
Lei Orgânica do Município. Portanto, não pode nem chegar à votação do Plenário,
uma vez que há um confronto com as normas cogentes existentes no Regimento
Interno e na Lei Orgânica do Município.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem): Por
entender que o Requerimento seja inorgânico, solicito a oitiva da Comissão de
Justiça, nos termos regimentais.
A SRA. PRESIDENTE: São coincidentes as
Questões de Ordem.
O SR. CLÓVIS BRUM: Então, eu me somo.
A SRA. PRESIDENTE: O Requerimento será
encaminhado à Comissão de Justiça e Redação.
Há ainda, para ser apregoada, a seguinte matéria: Projeto de Lei do
Executivo n° 048/87, Proc. n° 1712/87, que autoriza a doação de imóvel que
desafeta da destinação original para construção de escola.
A Mesa comunica ao Plenário que foi deferido o Requerimento de autoria
do Ver. Adão Eliseu, solicitando que o Substitutivo ao Projeto de Lei do
Legislativo n° 090/86 seja retirado da Ordem do Dia, nos termos do art. 44 da
Lei Orgânica Municipal.
Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 12h.)
* * * * *